26 de abril de 2011

MENSAGEM - 37º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL - Grupo Municipal do PSD




Exmº. Senhor Presidente da Assembleia Municipal;
Exmºs. Senhores Deputados Municipais;
Exmº. Senhor Presidente da Câmara
Exmºs. Senhores Vereadores
Exmºs. Senhores Presidentes de Juntas e de Demais autarcas
Exmº.s Senhores Munícipes do Concelho de Lagoa

Minhas Senhoras e Meus Senhores

Comemora-se hoje, o trigésimo sétimo aniversário da revolução 25 de Abril promovida pelos Capitães de Abril, que devolveu a democracia e a liberdade a Portugal, a mesma Nação lusitana que o Estado Novo manteve “ orgulhosamente só ” quase meio século, distanciada dos
areópagos mundiais da história da humanidade!
Porque assim
é, os autarcas do PSD Lagoa, sentem orgulho de fazer parte de um grupo de trabalho politico que, honradamente e com sentido de justiça, tem trabalhado ao longo dos últimos 37 anos no concelho de Lagoa em prol dos interesses dos seus cidadãos, que somos todos nós!
Nestes difíceis momentos para o nosso Pais, não podemos, nem queremos deixar, através desta meia dúzia de palavras em tempos de crise política, económica e financeiro impróprio para fantasias - contribuir para a reflexão político / partidária que deve ser feita todos os dias e a todo o momento, porque os anos vão passando e as pessoas têm tendência para esquecer factos da nossa história recente.
As imagens que retemos, relacionadas com o período anterior ao 25 de Abril de 1974, apesar de fazerem parte da história de Portugal, não são recordadas com o dramatismo que uma ditadura revela e impõe, talvez porque, hoje, uma boa parte da população portuguesa teve a felicidade de não ter vivido durante vigência do regime imposto pelo Estado Novo.
Hoje – temos a satisfação de, em liberdade, celebrar quase quatro décadas da revolução dos capitães de Abril que, com o apoio do povo português, escreveram mais algumas das gloriosas páginas de uma história de oito séculos; da história de um povo que o Estado Novo manteve “agrilhetado” a um regime miserável e ignorante!
E tem valido a pena, confessamos, porque o nosso País tem dado mostras de grande capacidade de sofrimento e sabido manter as distâncias e as diferenças, empenhando-se na construção de uma cidadania que é respeitada em todo o mundo mercê do trabalho, honestidade e forma de estar na vida.
Temos a certeza de que os presentes nesta sala pensam do mesmo modo, com o mesmo sentido empático de cidadania porque, conhecendo-os, sabemos que cada um, à sua maneira, luta pelos valores da democracia e da liberdade e, desse modo, pela igualdade de direitos para todos, alicerçada na compreensão e lucidez,
envolvendo todos e não apenas alguns!
Contribuindo para que Portugal seja uma grande Nação e continue a ocupar o lugar a que tem direito na Europa e no mundo.
E tem valido a pena, porque a revolução de Abril de 1974 cumpriu alguns dos seus objectivos… alguns, porque, infelizmente, não se cumpriram todos, temos e devemos reconhecer a bem da verdade que o 25 de Abril fez promessas que se perderam e se esvaem na penumbra dos tempos modernos, uma vez que é reconhecível que em Portugal não deixou de ser verdade que os
ricos continuem ricos e os pobres continuem pobres.
Com as famílias a voltarem a viverem sérias e preocupantes dificuldades, com consequência directa na qualidade da democracia, originado pelo desinteresse e a dificuldade na participação cívica em prol de necessidades mais prementes, situação que acaba por transformar Nações equilibradas em países amorfos, quer em termos económicos, quer em termos sociais e políticos.
Originando cidadanias muito degradadas e desfasadas da época.
Mesmo assim, o 25 de Abril foi uma benção para Portugal e para os portugueses e ajudou a criar novos países e novos povos.
Contudo e infelizmente, somos obrigados a reconhecer: não se conseguiu, passados que estão trinta e sete anos, acabar com a pobreza humana e as assimetrias regionais.
Pior: não se conseguiu acabar com a pobreza envergonhada que, a despeito de todos os nossos esforços, regista lamentavelmente um retrocesso nesse combate pela
dignidade humana.
E isso entristece-nos
porque todos os dias nos chegam mensagens factuais de desespero e de dramas vividos no seio das populações que nós, políticos e seus representantes, temos o dever de combater e denunciar para que o governo - seja ele qual for - saiba compreender, que ninguém deve ser indigente e ter fome! Os cidadãos não podem ficar reféns de contingências que não foram acauteladas e cujas soluções os estrategas do 25 de Abril mostraram aos políticos o
caminho para a construção de um Portugal moderno e democrático.
Contudo, não tem sido assim.

Amargura-nos e preocupa-nos o facto de, como tudo na vida, a comemoração do 25 de Abril ter vindo a perder força, significado e, até, interesse, nomeadamente da parte de quem pensa que a revolução lhe passou ao lado.
É imperativo para a democracia participativa que o exercício da vida politica seja abraçado por todos os cidadãos. Há cidadãos que receiam que lhes voltem a retirar ou a reduzir os seus direitos.
É nisso, também, que temos de pensar. Pensar de cabeça fria. Com verdade. Contando-se tudo, para que ninguém tenha dúvidas.
E isso infelizmente não tem sido feito.
Por outro lado, como autarcas representantes do povo, e cidadãos, pensamos que tem faltado, ao longo destes últimos trinta e sete anos, coragem e determinação por parte dos políticos de todos os quadrantes, no sentido de se alterar sistemas de vida e promover as reformas que façam relançar a nossa economia com sentido de justiça e, por essa via, o desenvolvimento e o progresso, para que Portugal deixe de ser o “Parente pobre” da Europa.
Reformas estruturais, justas e ponderadas, para não prejudicar mais os cidadãos.
Especialmente ao nível do aparelho de Estado que obriguem à poupança e, assim, à redução do défice, porque este não pode mais ser obtido à custa dos impostos e do emagrecimento da economia dos contribuintes, cuja carga fiscal já é incomportável. Restringindo e anulando o empreendorismo dos cidadãos, impedindo-os de participar no crescimento do seu Pais com a sua força, vontade e capacidade de produzir, atirando-os contra a sua vontade para a sombra do estado que consequentemente ficara mais frágil e impotente para salvaguardar todos os direitos dos seus cidadãos.
Neste período difícil o poder político a todos os níveis tem a obrigação de arranjar soluções para vencer as dificuldades, mas também tem o dever de responder e defender medidas que sejam respeitadoras da dignidade dos cidadãos que sempre mostraram saber respeitar os deveres inerentes ao estatuto de uma cidadania responsável e democrática.
E isso serve para todos os governos e não apenas para alguns.
É que a história se encarregará, mais tarde ou mais cedo, de fazer as contas, medir e aferir os actos e avaliar onde se falhou. Porque se falhou e quem falhou!

Deixamos para finalizar a renovação do compromisso do Partido Social Democrata em continuar a honrar os desígnios do 25 de Abril, colaborando e participando na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, alicerçado numa das grandes conquistas de Abril o espírito autárquico.

Por isso, VIVA O 25 DE ABRIL, VIVA PORTUGAL.



<>Pintura executada pelas crianças que participaram na actividade de pintura, sobre a orientação do artista plástico Lagoense " PATICO "

Sem comentários: